JAMEBOS

 

Da versão original em espanhol dos primeiros livros da trilogia «Memórias de América» à edição em português algumas coisas mudaram (e também na versão em inglês).

Primeiro, o nome de primeiro livro, que de «Cabo de perros» passou a «Cães de batalha», pois aparentemente a tradução literal («Cabo de cachorros / cães») perde muita força.

Também mudei o nome do protagonista, por razões pessoais.

O nome de um dos cães, assim como algumas passagens do livro, só fazem sentido para quem conhecer bem a Espanha e suas variedades geográficas e linguísticas, pelo que foram também modificados.



Nos dois primeiros livros tem um grupo de espanhóis que representam a parte ruim, e são os iralistas, seguidores do capitão Irala. Esses iralistas defendem seu direito de raptar índias, roubar aos indígenas, extorquir os espanhóis civis e impor uma enorme diferença entre europeus e americanos. Os alvaristas, seguidores do governador Álvar Núñez Cabeza de Vaca, defendem a igualdade no trato para todos. Assim fica escrito nos textos desse governador e de Ulrico Schmidl, soldado alemão iralista. O conflito entre ambos os bandos levaria a enfrentamentos contínuos.

Os maus entre os indígenas, a nação que inventei e que em espanhol recebeu o nome de «laputos» no segundo livro («Ierê»), e em português o nome de «jamebos», na realidade não fazem nada que não faria qualquer etnia da época, mas neles está concentrado tudo que pode ser interpretado atualmente como ruim. No decorrer da tradução, ficou claro para mim que o nome devia ser esse, «jamebos», pois representa tudo que tem de ruim, assustador, mesquinho e odioso para milhões de pessoas.

Página do autor na Amazon.