TROCANDO A SINOPSE E ATÉ A CAPA DE NOVO

 CABEZA DE VACA, SEGUNDA PARTE

Hernán Cortés e Francisco Pizarro são os representantes mais famosos dos chamados «conquistadores». Entre os outros, dos que não se fala muito, está Álvar Núñez Cabeza de Vaca, sobre cujo périplo norte-americano se escreve bastante e bem. A segunda parte à qual faço referência é à sua passagem por Assunção como governador, nos anos 1540.

A governação de Cabeza de Vaca em Assunção foi inusitada e de grandes consequências, pois levou a uma guerra interna entre os seguidores do capitão Irala, que defendiam a sua supremacia sobre os índios, e as ordens do novo governador, que estabeleciam a igualdade entre europeus e americanos.

Para conhecer aqueles fatos há duas opções principais: por um lado, ler os documentos da época e os estudos históricos sobre o lugar e o momento; por outro lado, podem seguir as aventuras dum espanhol, uma guarani e dois cães treinados para lutar na guerra, que a meados do s. XVI nos mostram os acontecimentos. As duas opções, evidentemente, não são excludentes.



Para quem optar pela segunda possibilidade, «Cães de batalha» e sua continuação «Ierê» dão abundante informação sobre a situação antes, durante e depois da estadia de Cabeza de Vaca, tempo no qual as personagens devem viver e tentar sobreviver.

O leitor deve decidir se quer se centrar nas aventuras de homens e cães, na recreação histórica dos fatos ou nas questões que deveriam lhe fazer refletir se sua posição acerca de tudo que aconteceu naquela época tinha uma base tão sólida quanto pensava. Se ter uma opinião sobre esses assuntos é assim tão fácil; se é fácil assim etiquetar cada um como herói ou vilão.

A terceira parte da trilogia «Memórias de América», à que pertencem estes dois livros, transcorre no mesmo lugar que a segunda metade de «Ierê», mas quase quinhentos anos depois. Nela podemos ver qual foi o legado de todos aqueles fatos, a evolução ou a ausência dela.